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SÃO PAULO (Reuters) -O dólar caiu frente ao real nesta sexta-feira, abatido por apetite por risco internacional e ajustes de posições após disparada da véspera, mas fechou a sessão bem longe das mínimas intradiárias e registrou sua semana mais forte em dois anos e meio, diante de temores persistentes sobre os gastos extra-teto que Luiz Inácio Lula da Silva busca viabilizar por meio da PEC da Transição.

A moeda norte-americana à vista fechou em queda de 1,24%, a 5,3299 reais na venda, mas encerrou o pregão bem acima do menor patamar do dia, quando chegou a despencar 2,73%, a 5,2493 reais.

Na B3, às 17:07 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,24%, a 5,3600 reais.

A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, disse nesta sexta-feira que um dos consensos da primeira reunião do Conselho Político do gabinete de transição é o apoio à retirada do pagamento dos benefícios do programa Bolsa Família do teto de gastos.

Luciano Rostagno, estrategista-chefe do banco Mizuho, disse que os mercados temem tanto o valor total da PEC --ainda em aberto-- quanto a possibilidade de que o Bolsa Família fique permanentemente isento das regras fiscais do país, o que explicou a recuperação do dólar em relação aos menores patamares da sessão após a fala de Gleisi nesta sexta-feira.

Para Rostagno, a baixa da divisa norte-americana frente ao real no dia foi alimentada unicamente pelo exterior, onde um índice que compara o dólar a seis pares fortes despencava 1,6%, estendendo o tombo depois de já ter perdido cerca de 2% na véspera, a caminho da maior queda em dois dias desde 2009.

Esse movimento refletiu esperanças de investidores de que o Federal Reserve possa moderar seu ritmo de altas de juros após sinais de arrefecimento da inflação, bem como o otimismo do mercado internacional em relação à China, que começou a relaxar restrições de combate à Covid-19.

Apesar da queda desta sexta --que alguns investidores também atribuíram a um ajuste técnico depois do salto de mais de 4% na quinta-feira--, o dólar ainda disparou 5,49% na semana frente ao real, maior ganho desde a semana finda em 8 de maio de 2020 (+5,56%), quando os mercados globais ainda sentiam os efeitos iniciais da pandemia de Covid-19.

Na semana passada, que sucedeu a vitória de Lula, a divisa dos EUA havia caído 4,71%.

O Citi disse em relatório recente que os mercados financeiros podem ter se enganado ao se convencer de que Lula seguiria uma agenda fiscal ortodoxa, e decidiu cortar sua exposição a riscos do Brasil diante dessa reavaliação.

Como os ativos locais vinham se mostrando bastante atraentes antes do tombo de quinta-feira, "a alocação provavelmente está saturada, o que pode levar a um tempo de reação (negativa) mais longo do que apenas um dia", alertou o Citi.

Entre as medidas adotadas para reduzir a exposição ao país, o banco norte-americano reduziu suas posições vendidas no par dólar australiano/real (que apostam na queda da divisa australiana frente à brasileira).

A Oxford Economics, por sua vez, disse em relatório esperar que a volatilidade permaneça elevada nos mercados brasileiros até que a transição presidencial seja concluída, no início de janeiro, e projeta que o real oscilará numa faixa de 5,20 a 5,30 por dólar durante esse período.

"Esperamos que a regra fiscal do Brasil que já foi vista como à prova de balas seja gradualmente diluída ao longo dos próximos quatro anos. Como resultado, nós vemos uma probabilidade crescente de o Brasil migrar para longe do equilíbrio de inflação baixa e juros baixos alcançado em 2017 a 2020 para um com inflação e taxas mais altas de 2023 a 2026", disse a gigante de assessoria econômica.



FONTE: www.noticiasagricolas.com.br