A quinta-feira (24) foi de mercado da soja praticamente parado no Brasil. Com a Bolsa de Chicago fechada por conta do feriado do Dia de Ação de Graças e dia do primeiro jogo da Seleção Brasileira na Copa do Catar, os números pouco se mexeram, de olho apenas no dólar - que cedeu mais de 1% frente ao real -, nos prêmios no mercado nacional - que quase não se mexeram em função da falta de Chicago - e nas notícias que chegavam da China.

A nação asiática registra um novo número recorde de novos casos de Covid-19, com mais de 30 mil infecções, os temores se estendem com as primeiras mortes registradas desde maio e as preocupações chegando ao consumo. "Isso atrapalha o mercado. Mais fechamentos, mais problemas nos portos, e isso pode ser negativo inclusive para o pregão de amanhã, que será meio pregão", explica Vlamir Brandalizze, consultor de mercado da Brandalizze Consulting.

E os negócios deverão seguir tímidos nesta sexta-feira (25), já que boa parte dos operadores da CBOT costumam emendar este feriado, deixando o mercado mais esvaziado.

O analista de mercado Eduardo Vanin, da Agrinvest Commodities, explica também que a China já começa a voltar atrás no relaxamento das medidas de controle à Covid, voltando à severidade, dando alguns sinais importantes e preocupantes para o mercado. "Feriado do Ano Novo Lunar não vai ter de novo, como nos últimos três anos, e tem muitas carnes pra entrar (no mercado) agora", diz. Os futuros do suíno na Bolsa de Dalian já registram três semanas de baixas.

Se do lado da demanda quem preocupa é a China, do lado da oferta o foco está sobre o Brasil. O plantio evolui rápido por aqui, mas há pontos de preocupação por conta de adversidades climáticas. Apesar das incertezas que ainda rondam a safra, as estimativas ainda indicam um ano de produção recorde que, ao vir se confirmando, deve pesar sobre os preços.

Assim, nesta quinta, foram apenas indicações nominais recebidas pelo mercado brasileiro de soja e, ainda segundo Vlamir Brandalizze, contabilizando Chicago de ontem com o dólar de hoje, os portos testariam no máximo R$ 185,00, "o que dá quase R$ 10,00 a menos por saca em relação a uma semana e pouco atrás".

No mercado de balcão, os negócios até abriram mais cedo, mas também pouco avançaram. E caso Chicago volte a recuar na sessão desta sexta, pode voltar a pressionar as referências no balcão nos mais diferentes pontos do Brasil.