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Começando em 19,7 USc/lb, os preços do açúcar bruto voltaram a ficar acima de 20 USc/lb durante a semana. Impulsionado principalmente por notícias em seu próprio mercado, o adoçante também encontrou algum apoio no complexo de energia e no ambiente macroeconômico. Enquanto o índice do dólar andou de lado, o WTI e o Brent subiram quase 1% durante a semana. Portanto, apesar de contribuírem positivamente, esses movimentos não explicam sozinhos o aumento de 5% nos preços do açúcar. O que levou o mercado a esse pico?

Uma combinação de notícias altistas, principalmente, de curto prazo é a resposta. Por exemplo, entre os dias 21 e 27 de janeiro, os holofotes se voltaram para a decisão do Tribunal de Justiça da UE contra as isenções para o uso de pesticidas neonicotinoides e à confirmação de perdas de produção no Reino Unido, sem falar no anúncio da Petrobrás sobre o aumento do preço do combustível e da crescente preocupação quanto às cotas adicionais de exportações da Índia. Tudo isso era exatamente o que o mercado precisava para romper o nível de 20 USc/lb. Mas vamos analisar quais são seus verdadeiros impactos.

A princípio, a proibição dos neonicotinoides não impacta esta safra, 22/23, já que a aplicação é feita na semente e a UE já está na fase de processamento da beterraba. Este tipo de tratamento é utilizado para controlar a incidência de pulgões e vírus amarelo durante as primeiras semanas de desenvolvimento vegetativo da cultura, sendo essencial para um bom resultado de produtividade.

A decisão da União Europeia pode ser tratada de forma diferente pelos Estados-membros, que podem optar por estender exceções à regra por não haver, até o momento, alternativa eficiente ao seu uso. No entanto, a França, um dos maiores produtores da região, já afirmou que pretende se adequar à decisão do tribunal.

Hoje, estimamos a produção da UE+RU em torno de 14,5Mt para 22/23 -- já considerando o desvio para o etanol. Se os Estados membros cumprirem a decisão e não usarem o pesticida, os resultados da região em 23/24 enfrentariam dificuldades para retornar aos níveis anteriores. Numa visão preliminar, a produção total poderia ser igual ou até menor que 22/23.

Olhando para anos anteriores, a incidência de vírus amarelo e pulgões foi responsável pela queda na produção entre 19/20 e 20/21 (de 16Mt para 14,21Mt).

Em relação ao mercado de combustíveis no Brasil, não apenas os preços subiram ligeiramente devido ao recente suporte ao complexo energético (o Brent subiu mais de 3% em 2023), mas o repasse de preços pela Petrobras pegou o mercado desprevenido.

Embora houvesse espaço para esse movimento, ainda há muita discussão em torno dos impostos e da metodologia de precificação da Petrobras, tornando esse anúncio inesperado. No cálculo da paridade entre açúcar e hidratado, um aumento de 7,5% na gasolina, atingindo uma média de 3,31 BRL/L aumentaria a paridade atual (RBOB equivalente) de 16,8 USc/lb para 17,3 USc/lb (ceteris paribus). Isso faria com que o preço na bomba passasse de R$ 4,9/L para um pouco acima de R$ 5,00/L no caso da gasolina, enquanto o hidratado saltaria de R$ 3,76 para R$ 3,86.

Por fim, o mercado começa a ver uma possível restrição à disponibilidade de açúcar da Índia. O balanço do país mostra que os estoques estão bastante apertados, já que, ao final da safra 21/22, o nível estava abaixo do consumo de três meses.

Nesse sentido, a Índia poderia permitir uma exportação extra de 1Mt se, e somente se, atingir uma produção de cerca de 36,5Mt -- ou mais. Embora o ritmo de moagem tenha sido bom, as adversidades climáticas relatadas podem restringir a oferta em 35,5Mt -- algumas casas são ainda mais conservadoras. Portanto, isso dificultaria a liberação de cotas de exportação adicionais.

Fonte:
 hEDGEpoint Global Markets